Que acontecerá em nosso futuro? Como não podemos antecipar o que nos acontecerá em nossa vida pessoal, no profissional os rumos parecem estar mais definidos.
Um estudo divulgado recentemente pela consultoria de tendências britânica Fast Future mapeou as profissões que estarão em alta até 2030.
A pesquisa “The shape of jobs to come” (Os tipos de trabalhos que virão) foi realizada com 486 especialistas de 58 países em seis continentes, de forma a identificar os tipos de profissão e carreiras que podem resultar dos avanços da ciência nos próximos 20 anos.
A empresa fez um levantamento de 107 áreas promissoras e detalhou as funções que poderão ser exercidas por 20 novos profissionais, que basicamente deverão atuar em áreas relacionadas à medicina, meio ambiente, tecnologia da informação e alimentos.
No que diz respeito ao mercado de trabalho brasileiro, a demanda irá depender do nível de crescimento e desenvolvimento do País. “Se mantivermos um crescimento igual ou superior a5% ao ano,ao lado de políticas voltadas para pesquisa, ciência, educação e saúde, haverá sim demanda por novos profissionais nessas áreas”, explica a economista e professora universitária Fátima Ferreira.
As carreiras vão desde as ligadas às ciências humanas, como o caso de advogados virtuais para resolver conflitos gerados através da internet (com uma previsão de demanda já para este ano), até as que envolvem grande desenvolvimento de ciência e tecnologia, como por exemplo os cirurgiões especializados no aumento do tamanho da memória dos seres humanos, com possibilidade de emergência em 2030.
Crescimento - De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial vai crescer 32% até 2050, chegando a mais de nove bilhões de pessoas.
Aliado à quantidade, o envelhecimento dos indivíduos também deverá demandar maiores atenções por parte dos profissionais.
E no Brasil não é diferente. A expectativa é que em 2025 o Brasil tenha a 6ª maior população acima de 60 anos do mundo, com 32 milhões de idosos. Por isso a demanda por geriatras tende a aumentar, uma vez que existem poucos profissionais no mercado.
Alimentos - Os números também terão influência no setor de alimentação.
Segundo o professor do mestrado em Horticultura Irrigada da Universidade do Estado da Bahia, Manoel Abílio, haverá um aumento na demanda por alimentos, mas com outro valor nutricional.
“Vai crescer muito a procura por alimentos chamados funcionais, que alimentam e ao mesmo tempo previnem doenças, assim como os produtos orgânicos, por serem mais seguros”, explica o professor, enfatizando que esta será a necessidade das pessoas mais idosas.
Para ele, a função de atender às necessidades nessa área será destinada aos engenheiros agrônomos, nutricionistas e técnicos agrícolas. O piso salarial para os engenheiros é de 8,5 salários mínimos (40h semanais), enquanto o piso nacional de referência para os nutricionistas é de R$ 1.503,27 por 44 horas semanais.
Economia - Os setores em que o Brasil tende a crescer nos próximos anos também são áreas promissoras para o mercado de trabalho. “O setor de petróleo e gás terá um boom nos próximos 10 anos tendo em vista a questão do pré-sal. Vai demandar um alto nível de conhecimento e tecnologia para explorar esse petróleo a um nível de lucratividade que compense o investimento”, analisa o economista Roberto Conceição.
De acordo com a coordenadora do curso técnico em Petróleo e Gás do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba), Geraldine Nóbrega, dos 18 estudantes que estão concluindo o curso este semestre, oito já estão no mercado de trabalho. “Eles podem trabalhar desde a prospecção até a retirada do petróleo à superfície, incluindo análises de laboratório e o transporte até a refinaria”, explica.
Também há cursos para especialização em refino de petróleo, dentre outras modalidades.
A remuneração inicial para os técnicos é R$ 2 mil (Petrobrás), enquanto para os profissionais de nível superior como o Engenheiro de Petróleo e Gás é de aproximadamente R$ 4.335 – piso mínimo para as engenharias na Bahia.
Indústria naval - Foco de pouca atenção em governos anteriores, a construção de estaleiros e grandes embarcações para subsidiar o setor petrolífero também deverá movimentar a indústria náutica.
“O governo Lula quer revitalizar o setor de estaleiros e internalizar a produção de grandes embarcações sobretudo para o setor de petróleo. Isso tem um efeito positivo na geração de emprego e renda, pois a industria náutica vai precisar formar e capacitar essas pessoas”, avalia Conceição.
O Plano de Renovação de Barcos de Apoio da Petrobrás prevê a construção de 146 novas embarcações, com a exigência de 70% a 80% de conteúdo nacional.
A construção de cada embarcação vai gerar cerca de 500 novos empregos diretos e um total de 3.800 vagas para tripulantes.
(fonte: A TARDE ON LINE, de 24/05/10 in http://www.atarde.com.br/vestibular/noticia.jsf?id=2510289#)
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