sexta-feira, 25 de março de 2011

COLUNISTA DA FOLHA.COM ESCREVE QUE ENVELHECER NÃO TEM NADA DE BOM

o artigo de Barbara Gancia, publicado em 20 de março na FOLHA  
mostra o preconceito e a ignorância sobre o tema 
Instituto escreve para Folha de Sâo Paulo
e reclama do posicionamento da colunista


LAMENTÁVEL e digno de procedimento judicial o preconceito estampado no artigo produzido por BARBARA GANCIA (http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/890902-envelhecer-nao-tem-nada-de-bom.shtml) quando ela diz que ENVELHECER NÃO TEM NADA DE BOM, justamente na semana que comemoramos o dia do Gerontólogo (24 de março), profissão onde dedicamos a vida ao estudo do envelhecimento humano. É unânime o entendimento da gerontopsicologia e dos profissionais que atuam na área que não existe um tempo em que ficamos velhos, uma vez que o envelhecimento é um contínuo ao largo da nossa vida, onde em todos os períodos acumulamos perdas e ganhos. O adolescente passa por pequenas crises por não querer perder os privilégios da infância, quer garantir os privilégios da idade adulta, entre eles a tão falada liberdade. Ao passarmos da idade adulta para a velhice (entre os 50-60 anos) encontramos a mesma resistência: a envelhecencia, ou seja, a pessoa está ficando velha, mas ainda apegada aos padrões estéticos de beleza, sem a capacidade de observar todos os ganhos do processo ao longo da  vida. Barbara passa por este processo. Só consegue ver a flacidez de sua pele,os cabelos brancos (hoje a maioria das mulheres faz coloração), a falta de libido (comprovadamente fruto de seu estado psicológico e não da menopausa), enfim, ela está em crise de envelhecencia e pode buscar auxílio numa consulta gerontológica ou geriátrica. Temos medo do que não conhecemos. Barbara tem medo da velhice, como se estivesse imersa na caverna de Platão, não acreditando que possa existir vida, alegria, felicidade, prazer e outras coisas boas depois dos 60 anos. Isso é preconceito, desinformação, ignorância. O INSTITUTO AME SUAS RUGAS defende a bandeira do envelhecimento ativo, da valorização de todos os processos humanos, em especial a terceira e quarta idades.  Recomendo a colunista que leia nossos livros (disponíveis na loja virtual em nosso site www.amesuasrugas.org). Enquanto isso, nosso jurídico analisa se o artigo da envelhecente merece ou não uma representação judicial por preconceito, fundamentado no Estatuto do Idoso.

Casal participa de concurso do beijo mais longo.
Nosso presente para a Sra. Barbara Gancia!

AFINAL O QUE É ESSA TAL DE ENVELHECÊNCIA?
(conceito em produção, desenvolvido por Rosane Magaly Martins) 
Envelhecência é a fase do desenvolvimento humano que marca a transição entre a  idade adulta e a velhice. Com isso essa fase caracteriza-se por alterações em diversos níveis – físico, mental e social - e representa para o indivíduo um processo de distanciamento de formas de comportamento e privilégios típicos da idade adulta e de aquisição de características que o capacitem a assumir cuidados e responsabilidades consigo, com sua família, comunidade e com o meio ambiente para o envelhecimento que se aproxima. A velhice sempre foi um temor para a maioria das pessoas, por aproximá-las da senilidade e da morte.
Os termos envelhecência e envelhecente marcam justamente este processo de transição entre idade adulta e velhice, sendo a idade adulta marcada como a fase de formar-se profissionalmente, constituir família e patrimônio e a velhice como sendo o terço final da vida, marcada pelo declínio físico e a morte. E é usado para destacar a resistência dos adultos diante da velhice que se aproxima, e os excessos de procedimentos em busca da juventude eterna numa forma incansável de distanciamento da morte inevitável.
Caracteriza-se por uma fase de mudança no comportamento, no estilo de vida e de aquisição de novas competências que capacitem o adulto pré-idoso para assumir outros papeis sociais e postura diante de sua vida. O corre habitualmente entre os 50 e 60 anos de vida. A Organização Mundial da Saúde define velhice como sendo o individuo que está acima dos 60 anos de vida e no Brasil o Estatuto do Idoso estabelece a velhice como sendo após os 65 anos de idade, onde o individuo é sujeito de direitos e privilégios sociais específicos.
O termo foi utilizado pela primeira vez em artigo do escritor Mário Prata no Jornal O Estado de São Paulo, em 1997, em congressos e seminários técnicos de gerontologia assim como na literatura técnica específica (livros Ame Suas Rugas Aproveite o Momento, Ame Suas Rugas Pois Há Muito por Viver e Ame Todas as Suas Idades (Blumenau, Editora Nova Letra e Odorizzi, 2007, 2008 e 2010). Manuel Tosta Berlink adota também o termo no livro Psicopatologia Fundamental (São Paulo. Ed. Escuta, 2000).
O fim da envelhecência não é marcado por mudanças de ordem fisiológica, mas sobretudo de ordem sócio-cultural, como salienta a doutora Anita Liberalesco Neri.
Envelhecência e Velhice na ciência: interdisciplinaridade
A fase da envelhecência e velhice são objeto de estudo principal da gerontologia (ciência em construção, que estuda o processo do envelhecimento humano em seus múltiplos aspectos) e ainda abordado e aprofundado nas mais diferentes disciplinas - sociologiapolíticapsicologiapedagogiabiologiamedicinadireito, etc. - e apresentam assim um grande número de diferentes significados. Tais significados abrangem, por exemplo, "envelhecimento como fase do desenvolvimento individual", "velhice como obstáculo de vida" (com uma correspondente idealização dessa fase da vida) e "velhice como grupo social" que possui uma cultura própria.

Envelhecência e Velhice na psicologia do desenvolvimento
Se, do ponto de vista da psicologia do desenvolvimento, o início da envelhecência é marcado pelo fim do amadurecimento sexual (menopausa e andropausa)  e inclui, entre outras coisas, a saída gradual  do mercado de trabalho e o assumir do papel social de velho.
A envelhecência não é, no entanto, uma fase homogênea. Pelo contrário, é uma fase dinâmica que, para o seu estudo, exige uma maior diferenciação.
A psicologia começa a usar o termo definindo-o como a fase onde o sujeito se vê na contingência de ter que pensar em sua velhice, ou seja, distingui-la do preconceito e do estigma que possa ser vivido com um mínimo de dignidade. Esse trabalho de pensamento é, via de regra, um esforço solitário, que pode enriquecer o mundo interno do sujeito. Envelhecência seria o processo de transformação da identidade, o encontro da alma sem idade com um corpo que envelhece. (Berlink, Manuel Tosta)
 A psicologia começa a usar o termo definindo-o como a fase onde o sujeito se vê na contingência de ter que pensar em sua velhice, ou seja, distingui-la do preconceito e do estigma que possa ser vivido com um mínimo de dignidade. Esse trabalho de pensamento é, via de regra, um esforço solitário, que pode enriquecer o mundo interno do sujeito. Envelhecência seria o processo de transformação da identidade, o encontro da alma sem idade com um corpo que envelhece.


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